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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Pe. Christiano entrega a administração da Próquia

Depois de 25 anos na administração da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus (Sertânia), Pe. Christiano Jacobs, CM, entregou no dia 24/08/2008 a administração Paróquial ao Pe. Rebouças Júnior, CM, que tomou posse na presença de fiéis e várias autoridades eclesiásticas, no m~es em que a Paróquia completa seu jubileu de prata. Com quse 80 anos de vida, dos quais 53 dedicados ao sacerdócio, Pe. Christiano que a 43 anos está em Sertânia, deixou sua marca na educação, como diretor do Colégio Estadual Olavo Bilac, no esporte ( pois o time de Handebol feminino desse Colégio foi pentacampeão pernambucano) e no social com vários obras ( casa do ancião, centro comunitário, capelas, etc.). É por estas e outras que nós que fazemos os nativos do sertão, queremos trazer nossa humilde homenagem ao Pe. Christiano (um sertanejo de coração) com a mais popular poesia sertaneja, o cordel.

O NASSAU DO SERTÃO
(Josessandro Andrade)
I
Em Kessel, na Holanda
Ele aceitou um desafio
Fez-se pader em cinco-cinco
Rompeu mares a fio
Em direção ao Brasil
Numa viagem de navio
II
No ano de meia-meia
Em Sertânia pisou no chão
E por aqui foi fazendo
Uma boa transformação
O arquiteto dos sonhos
Nosso Nassau do Sertão
III
O eterno Diretor
Que fez lá no CEOB
Uma usina de talentos
Na cultura, no lazer,
No handebol de Zina
No vestibular do saber
IV
No atletismo Severino
Das frentes de emergência
Ferveu também Dário
Ao pódio da excelência
E o handebol cinco vezes
Campeão por sua essência
V
Engenheiros e Padres
Também alguns doutores
Dali saíram do forno
Pelas mãos dos professores
Ele incenticou todos
Até músicos e escritores
VI
O Ministro da Educação
Então Eduardo Portela
Fascinou-se com os tons
Detão singular tela
A Academia Verde e Branco
Que se fazia aquarela

VII
Ouvindo todo o pulsa
De um coração solitário
Arranjou recursos fora
Pro Centro Comunitário
E mobilizou o povo
No amor revolucionário

VIII

Construiu o castelinho

E o centro de desportos

Fez a casa do ancião

Para os idosos um Porto

Onde à fraternidade

Adubou um novo horto


IX

Foi Padre na rua Velha
Da Matriz da Conceição
Era quando o mês de maio
Tinha fogo de animação
No altar todo o encanto
Novena, pífano e balão

X

No ano de oitenta e três

Pro coração de Jesus

Transferiu-se de Paróquia

Continuou a fazer jus

No prazer de servir

Carregando a sua cruz...


XI
Virtude e defeito,
Qual ser humano não tem?
E como qualquer homem
Christiano também tem
Quem conhece, diz: é teimoso,
E meio ranzinza também...

XII

Por divulgar a boa-nova

E a pregação humanitária

Os poderosos calaram

A Rádio Comunitária

Mas, "em Sertânia a voz do Padre

Não ecoa solitária..."
XIII
"Bem-aventurado quando
Vos perseguirem por causa,
Da verdede e da justiça"
A bíblia faz essa pausa
Pra abençoar quem enfrenta
Empurrão, grito ou mausa

XIV

Eita Padre corajoso!

Desafia a prepotência

Lutou por Ronaldo Elesbão

Mesmo com as diferenças

Defendeu D. Onilda

Das garras da truculência

XV

No seu jubileu de ouro

Em Sertânia foi festão

Veio Padre de todo canto

E bispo da região

Festa bonita é assim

Com santo e procissão

XVI

Continuará pregando

Mudança na estrutura

E que se busque água

Não importando a fundura

Há de jorrar leite e mel

Num engenho de fartura.



segunda-feira, 25 de agosto de 2008

MANOEL INÁCIO: PRIMEIRO ÍCONE POLÍTICO DE SERTÂNIA

HISTÓRICO DE MANOEL INÁCIO

Manoel Inácio da Silva Azevedo nasceu na freguesia de Alagoa de Baixo, 1838. Filho de Raimundo Ferreira Portugal, que era do Partido Conservador. Manoel Inácio era oriundo de família humilde e nutria laços com o coronelismo predominante no Nordeste brasileiro da época. Mesmo seu pai sendo do Partido Conservador, Manoel Inácio desde moço alistou-se no Partido Liberal. Sendo contrário a ideologia do pai, Manoel Inácio logo vai conquistando a simpatia do povo da freguesia, até conquistar a hegemonia local, depois de Antônio Siqueira chefe do Partido Conservador, derrotou o então líder e o primeiro chefe na freguesia Carlos José de Sá, que desgostoso, retira-se da Velha Alagoa de Baixo e entra no ostracismo da memória do município, passando a Chefia da Freguesia para Manoel Inácio.
Na Monarquia, coube-lhe exerce-lhe estes cargos. Primeiro suplente de juiz municipal e delegado de policia. Na república foi o primeiro prefeito e presidente do conselho municipal, não importando de que lado político estava o governo estadual, sempre dava um jeito de manter-se no poder, e dizia: "os governos podem mudar. Eu é que não mudo, estou sempre com o governo”.
Para Alagoa de Baixo afluíram criminosos de toda a parte, onde eram acolhidos por Manoel Inácio, que, dizia aos que o censuravam pela extrema generosidade com que dava guarida àqueles transviados da lei: “Meu filho, os bons já são protegidos por natureza. Os maus é que precisam de proteção...” E quando às vezes lhe comunicavam que seus cabras estavam se matando uns aos outros – como sucedeu no sítio Cerecé, próximo à vila, onde entravam de uma vez quatro redes de defuntos -, ele dizia a gaguejar: “Não tem nada não, é isso mesmo: as cobras é para se engolirem umas as outras...” Muitos questionavam sobre o que passava em Alagoa de Baixo:assassínios e roubos praticados por protegidos do velho patriarca verificava-se de vez em cangaceiros existentes no município, em que o velho Francisco Severo, fazendeiro residente na proximidade da vila, assim se expressou perante um promotor que assegurava sanear a comuna, prendeendo os ladrões e assassínios, se o governo lhe dessa carta branca e uma força policial obediente às suas ordens: “Este muito bom, seu doutor, mas, só tem uma coisa: se Vossa Senhoria fizer isso, aqui talvez não fique nem quem diga missa, nem quem ouça...”
Manoel Inácio era tido como um homem de bem, censurado apenas pela proteção dispensada a inúmeros criminosos que, à sua sombra, viviam impunemente no município. Entretanto, estudando-se a época em que viveu, pontificando na política do município até morrer, verificamos que o velho caudilho sertanejo foi, antes, uma vitima da circunstância que se encontravam naquela época. O chefe político que não possuísse o seu serviço a guarda proteriana, era considerada sem prestígio. Mas na terra em que o chefe policia era “valente” (asssim entendido o que podia juntar a qualquer hora umas dezenas de caboclos em armas) respeita-se o terreiro, onde os sertanejos, inermes, não eram cães sem donos.
Algumas pessoas da vila de Alagoa de Baixo, como o coronel Quinca Ingá e Albuquerque Né, discordavam com o regime de arbitrariedades reinantes na chefia política do coronel Manuel Inácio, que sempre os procurava, e, não desejavam tomar uma atitude de fraca hostilidade a um homem tão destemido.
Na política, desde o tempo da Monarquia o coronel Manoel Inácio, mandou sozinho em Alagoa de Baixo, fosse a situação liberal ou conservadora. Embora pertencesse ao partido Liberal, pouco se dava que o chefe do gabinete e o presidente da província militassem na facção adversa. Dava sempre um jeito de conserva-se à testa da prefeitura e de manter nos mesmos postos-chave os homens de sua confiança. E assim foi até a proclamação da República, quando Manoel Inácio, sem parecer tomar conhecimento do novo regime, decidiu aceitar a colaboração dos oposicionistas, antigos conservadores, que não eram seus inimigos mas que ousavam discordar, discretos, da sua prepotência. Mão-de-ferro, matreiro e articulador, sabia mover-se com desenvoltura e jogo de cintura ante a oscilação da conjuntura política. Personalidade forte e protetor dos jagunços que o ajudavam a formarem o seu pequeno exército, dando-lhes respeito e prestígio com quem era sustentáculo, um dia, irritado, fez este faticínio, que a confirma-se algum tempo depois: “Vocês vivem a contrariar-me, criando-me dificuldades, fazendo-me ingratidões. Mas, quando eu fechar os olhos, não pensem que ficam mandando na terra. Quem vai me substituir na política do município é aquele cabloquinho do Ipanema (Albuquerque Né). Não se iludam sobre isso, porque, por onde eu ando vejo rastro dele”.
Em agosto de 1898 chegou a Alagoa de Baixo o capitão de Polícia Abílio Novaes, a quem mandou ele hospedar na antiga casa da Câmara, que era um casarão de taipa, mais tarde reconstruído, situado na avenida 15 de novembro, esquina com a travessa Albuquerque Né. O capitão Abílio, depois de tomar cerveja com Manuel Inácio, expôs-lhe a que vinha. Trazia carta branca do governador Correia de Araújo para prender os criminosos existentes no município, e, como seu amigo, convidava-o a recolher os protegidos à prisão, sob pena de ir perseguí-los. O velho caudilho sertanejo, até então invulnerável no seu prestígio, recebeu aquela intimação como Aquiles ao sentir-se ferido no calcanhar. Sem se definir claramente, retirou-se para casa, adoecendo subitamente. E dois ou três dias depois falecia. Diziam, até, que fora envenenado, ao tomar a cerveja com o capitão...- o que era puro aleive.
Sepultaram no dia seguinte, com as devidas honras, pois era tenente-coronel da Guarda Nacional, cuja farda envergava pela última vez. O comerciário José Osório Firmo – caixeiro do major Manuel Ramos – fez um discurso na beira da sepultura, dando o último adeus ao “pai da pobreza”, em nome do povo.
Desaparecia assim aos 60 anos, justamente na hora em que sua estrela política começava a manifestar os primeiros sinais de empalideci mento.
Traumatismo moral? Talvez. O certo porém é que ele, chefe e mandão da terra por mais de 30 anos, tivera o destino dos velhos leões da floresta, que, cansados de rugir, deitam-se, esperando a morte. E ele era mesmo um leão das caatingas do Moxotó daquele tempo, pela bravura e magnanimidade que constituíam as suas características marcantes.
Fontes: "Moxotó Brabo, Um Sertanejo e o Sertão, Ulysses Lins de Albuquerque".

domingo, 17 de agosto de 2008

AMIGOS DOS NATIVOS DO SERTÃO


Nativos do sertão com a Professora Ms. Fernanda Griz, Graduada em Pedagogia/UFPE, Mestre em Ciências da Linguagem/UNICAP. Ministrou a disciplina Didática do Ensino Superior, no curso de Pós-Graduação em Programação do Ensino de História/UPE (Latur Sensus).

FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA




Introdução
A palavra filosofia é de origem grega e significa amor à sabedoria. Ela surge desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana. Os pensadores, inseridos num contexto histórico de sua época, buscaram diversos temas para reflexão. A Grécia Antiga é conhecida como o berço dos pensadores, sendo que os sophos ( sábios em grego ) buscaram formular, no século VI a.C., explicações racionais para tudo aquilo que era explicado, até então, através da mitologia.

Os Pré-Socráticos
Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Podemos citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a idéia de que tudo preexiste à alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de todas as coisas, a partir da existência dos átomos.

Período clássico
Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época dos sofistas e do grande pensador Sócrates. Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os jovens deveriam ser preparados para falar bem ( retórica ), pensar e manifestar suas qualidades artísticas.Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, buscando entender o funcionamento do Universo dentro de uma concepção científica. Para ele, a verdade está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou outros documentos, desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates através dos relatos deixados por Platão. Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que as idéias formavam o foco do conhecimento intelectual. Os pensadores teriam a função de entender o mundo da realidade, separando-o das aparências. Outro grande sábio desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais para os específicos.

Período Pós-Socrático
Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e militar da Grécia. Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura.Epicurismo : os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer. Estoicismo: os sábios estóicos como, por exemplo Marco Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como a emoção, o prazer e o sofrimento.

Pensamento Medieval
O pensamento na Idade Média foi muito influenciado pela Igreja Católica Desta forma, o teocentrismo acabou por definir as formas de sentir, ver e também pensar durante o período medieval. De acordo com Santo Agostinho, importante teólogo romano, o conhecimento e as idéias eram de origem divina. As verdades sobre o mundo e sobre todas as coisas deviam ser buscadas nas palavras de Deus. Porém, a partir do século V até o século XIII, uma nova linha de pensamento ganha importância na Europa. Surge a escolástica, conjunto de idéias que visava unir a fé com o pensamento racional de Platão e Aristóteles. O principal representante desta linha de pensamento foi Santo Tomás de Aquino.

Pensamento Filosófico Moderno
Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O teocentrismo é deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Neste contexto, René Descartes cria o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a base de todo conhecimento. A burguesia, camada social em crescimento econômico e político, tem seus ideais representados no empirismo e noidealismo. No século XVII, o pesquisador e sábio inglês Francis Bacon cria um método experimental, conhecido como empirismo. Neste mesmo sentido, desenvolvem seus pensamentos Thomas Hobbes e John Locke.O iluminismo surge em pleno século das Luzes, o século XVIII. A experiência, a razão e o método científico passam a ser as únicas formas de obtenção do conhecimento. Este, a única forma de tirar o homem das trevas da ignorância. Podemos citar, nesta época, os pensadores Immanuel Kant, Friedrich Hegel, Montesquieu, Diderot, D'Alembert e Rosseau. O século XIX é marcado pelo positivismo de Auguste Comte. O ideal de uma sociedade baseada na ordem e progresso influencia nas formas de refletir sobre as coisas. O fato histórico deve falar por si próprio e o método científico, controlado e medido, deve ser a única forma de se chegar ao conhecimento. Neste mesmo século, Karl Marx utiliza o método dialético para desenvolver sua teoria marxista. Através do materialismo histórico, Marx propõe entender o funcionamento da sociedade para poder modificá-la. Através de uma revolução proletária, a burguesia seria retirada do controle dos bens de produção que seriam controlados pelos trabalhadores. Ainda neste contexto, Friedrich Nietzsche, faz duras críticas aos valores tradicionais da sociedade, representados pelo cristianismo e pela cultura ocidental. O pensamento, para libertar, deve ser livre de qualquer forma de controle moral ou cultural.

Época Contemporânea
Durante o século XX várias correntes de pensamentos agiram ao mesmo tempo. As releituras do marxismo e novas propostas surgem a partir de Antonio Gramsci, Henri Lefebvre, Michel Foucault, Louis Althusser e Gyorgy Lukács. A antropologia ganha importância e influencia o pensamento do período, graças aos estudos de Claude Lévi-Strauss. A fenomenologia, descrição das coisas percebidas pela consciência humana, tem seu maior representante em Edmund Husserl. A existência humana ganha importância nas reflexões de Jean-Paul Sartre, o criador do existencialismo.



quinta-feira, 14 de agosto de 2008



Nativos do Sertão com o Professor Dr. Junot Cornélio Matos (Graduado em Filosofia/UNICAP, Mestre em Filosofia/UFPE e Doutor em Educação/UNICAMP).

DESIGUALDADES: FONTE DO ISOLAMENTO SOCIAL



1. ORIENTAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS.
A importância do ensino de Sociologia no Ensino Médio e no Técnico-profissionalizante é propor aos estudantes que não aprendam somente a serem “apertadores de parafusos”, ou seja, a não pensar, a não saber pensar e a não ter consciência de sua cidadania. Quando uma escola ou curso profissionalizante exclui as ciências sociais, está contribuindo para separar os homens de consciência (que sabem mais) daqueles sem consciência (que sabem menos) e, estaremos impedindo um grande número de jovens de ter um ensino de qualidade, elitizando desta forma o acesso a Universidade, fazendo com que a maioria dos jovens fique apenas com a função de “apertar parafusos” (Tempos Modernos, Chaplin). A tarefa da Sociologia é fazer com que os estudantes tenham consciência de seus direitos e deveres, e, que não sejam uma massa manobrável da ideologia das elites capitalistas. É contribuir para que o jovem construa o seu lugar na sociedade, de forma consciente, crítica e participativa.

A) OBJETIVOS GERAIS
· Compreender a importância da Sociologia em demonstrar o caminho da liberdade intelectual e racional do aluno.
· Entender as teorias sociológicas clássicas a partir do contexto histórico em que viveram e das biografias de seus teóricos: Max Weber (compreensiva), Karl Marx (científica) e Durkheim (funcionalista).
· Explicar os acontecimentos sociais contemporâneos do ponto de vista das teorias clássicas.

B) OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Partir das definições de contatos sociais para permitir ao aluno uma idéia prévia de isolamento social.
Fazer com que o aluno entenda que as atitudes de ordem social envolvem vários tipos de preconceito (racial, religioso, social, etc.) que estão diretamente ligadas ao isolamento social.
Compreender que uma das formas mais desumanas do mundo de impor isolamento social é a discriminação racial ou social.
Enfatizar as atitudes de ordem individual que reforçam o isolamento social segundo Karl Mannheim.
Explicar o isolamento social do ponto de vista das teorias clássicas da sociologia (compreensiva, científica, funcionalista).

C) O QUE ENSINAR?
Entender o funcionamento das estruturas sociais a partir do isolamento que sociedades impõem a certos grupos que fazem parte da mesma. As teorias funcionalistas mostram como as estruturas sociais mantêm ou enfraquecem o equilíbrio social, e que o isolamento social (em certos casos) será necessário para manter a ordem e os valores sociais no seu devido lugar. Durkheim enfatiza que o restabelecimento do equilíbrio social é o melhor caminho para resolver os problemas da sociedade. Trabalhar o isolamento social do ponto de vista funcionalista é buscar soluções para enfrentar esse “desequilíbrio social”.
Há muitos exemplos de se trabalhar o isolamento com base nas atitudes sociais. Um exemplo histórico é o anti-semitismo, voltada contra os judeus na Alemanha nazista, o apartheid, na África do Sul é um outro exemplo para se trabalhar dentro de isolamento social temas como preconceito e desigualdade (racial, sócial, etc.). Uma atitude de ordem individual que reforça o isolamento social é a timidez. Segundo Karl Mnnheim (de tendências compreensivas) o preconceito e a desconfiança podem levar o indivíduo a um isolamento semelhante ao dos deficientes físicos quando seus portadores são segregados dentro do seu próprio grupo primário, isso porque o tímido tem dificuldades de se comunicar e de afinidade, o que o deixa à margem da sociedade.
Mostrar as evidências históricas que mostram que a cultura humana esteve sempre intimamente ligada, desde os seus primórdios, à idéia da descriminação entre os grupos sociais. Mesmo nas organizações sociais mais homogêneas e simples existiam diferenças de sexo e idade atribuindo aos grupos assim discriminados funções diferentes. O processo histórico tem revelado como tendência marcante a diferenciação e a crescente complexidade da sociedade. O mundo contemporâneo assistiu ao resultado desse longo processo histórico de formação de uma civilização complexa e diferenciada, na qual os diversos grupos procuram conquistarem direitos ou manter privilégios e as possibilidades de acesso à produção de bens e aos mecanismos de distribuição desses bens na sociedade (marxismo).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRYM, Robert – Sociologia: Uma Bússola para o novo mundo, São Paulo, Thompson Learning, 2006.
COSTA, Maria Cristina Castilho – Sociologia: Introdução à Ciência da Sociedade, 3ª ed., Moderna, São Paulo, 2005.
OLIVEIRA, Luiz Fernando de – Sociologia para jovens do Século XXI, Imperial Novo Milênio, Rio de Janeiro, 2007.OLIVEIRA, Pérsio Santos – Introdução à Sociologia, 25ª ed., ed. Ática, São Paulo, 2004.

FAORES CONDICIONADORES DA LEITURA EM HISTÓRIA



Cotidianamente, somos levados a enfrentar novos e variados desafios para ter algum sucesso em demonstrar a importância da leitura no trabalho de ensinar e aprender História, lidando com o crescente despreparo teórico dos alunos, a atuação da mídia (que magnífica o presente a despeito do passado e do futuro), além da quantidade insuficiente de aulas que se dispõe. Apesar disso, temos a obrigação de, através da leitura de História, promover a conscientização no sentido de combater a barbárie, que no Brasil e no mundo vislumbram como um panorama francamente possível nas últimas décadas. Perante essa situação, devemos definir algumas prioridades: a primeira delas, conseguir atrair o interesse do aluno pela leitura, quebrando a apatia e preconceitos. Tendo sucesso, abrem-se diversos caminhos para um desenvolvimento de uma História crítica, analítica e em sintonia não só com o presente, mas com o universo do aluno.
Palavras chaves: Leitura, História, Fatores, Condição.


INTRODUÇÃO


Certamente, você já se perguntou: Por que professo esta religião? Já procurou saber: Por que os ocidentais são tão diferentes dos orientais? Essas indagações podem ser respondidas através da leitura sobre História. A necessidade de encontrarmos nossas identidades: o que somos? De onde somos? Por que agimos assim? Sempre nos despertou um interesse de investigar o passado, que para muitos ainda é desconhecido. Conhecer os diferentes tipos de cultura, a herança dos gregos e latinos, nossos primeiros mestres e que eram povos historiográficos. Os sistemas religiosos e suas influências no contexto mundial, o que muda e o que continua: principalmente o cristianismo que é uma religião de historiadores, pois, os cristãos tiveram por livros sagrados, livros de História, sua liturgia comemora os episódios da vida terrestre de um Deus, os fatos da igreja e dos santos e suas influências. Desta maneira, dificilmente se encontrará alguém que não tenha se interessado ou até mesmo se fascinado pela História, não pelo aspecto misterioso de desvendar “coisas” desconhecidas, mas sim, pelo fato de investigar e encontrar nossas raízes e identidades. Pensando na leitura como uma ferramenta que possa servir ao leitor para estimular o debate social sobre assuntos do passado associados à contemporaneidade. Esperamos sinceramente contar com as observações críticas dos colegas e de nosso orientador, para que possa nascer sugestões para o aprimoramento deste projeto.


1-BENEFÍCIOS DA LEITURA

Partindo de uma visão cotidiana de que “lemos pouco” prejudicando o aprendizado na disciplina de História, e identificado em alunos do ensino fundamental, defendemos a necessidade de investigar os fatores que condicionam o aprendizado e o desenvolvimento da leitura com os alunos da Escola Professor Jorge de Menezes, na cidade de Sertânia-PE.
A leitura é o principal instrumento para conhecer o idioma nacional e usá-lo com propriedade, hoje em dia não é só uma questão de educação. É uma verdadeira necessidade, que ultrapassa os limites da escola, para atingir a qualidade de cidadãos. Aquele que não ler encontra dificuldades em escrever, em falar, está despreparado na luta diária da conquista do seu bem-estar e da aceitação social. Não conseguem expressar seus pensamentos, suas opiniões são incompreendidas, suas reivindicações passam despercebidas, enfim, todo o seu processo de comunicação fica prejudicado, além de estar despreparado para a vida globalizada, como revela Jaime Pinsky:
No Brasil, diante do panorama atual, só uma educação de qualidade, que tenha o ser humano e suas realizações como eixo central pode nos fazer, como nação, dar um salto qualitativo a que tanto aspiramos, por meio da qualificação de nossos jovens. Um país cuja a população não sabe ler, que, quando sabe, ler pouco, e quando finalmente ler pouco entende, não tem muitas chances no mundo competitivo e exigente de qualificação de sua força de trabalho.
Além da ausência da ordenação lógica das idéias, o hábito de não ler acarreta a falta da noção precisa do significado das palavras, ou não encontra a palavra certa para traduzir o significado que tem em mente. Quando escreve, o desconhecimento da grafia, da acentuação, torna-se ridículas suas tentativas de comunicação escrita, processo esse que só melhora através da leitura. Levando em conta a redação em concursos vestibulares, o hábito de vai ajudar não só o vestibulando, mas qualquer estudante a escrever estruturadamente, registrando suas idéias com clareza e elegância.


1.1-A IMPORTÂNCIA DA LEITURA EM HISTÓRIA

A importância da leitura em História é de tamanha relevância, que até consagrados nomes da historiografia brasileira como Caio Prado Jr., faz esta pequena ressalva: “os livros contribuem de maneira decisiva para a compreensão em profundidade das grandes questões econômicas nacionais e internacionais”, apesar de sua visão marxista, o autor tenta passar que a leitura é o principal veículo de interpretação da História e que é indispensável para o entendimento das características estruturais de uma sociedade, dos dilemas que herdamos do passado e dos possíveis caminhos de sua superação.
Raramente também encontramos alguém que não tenha apelado ou ouvido apelar para as lições de História, lições estas de cidadania, ética, moral e de todas as esferas da vida, principalmente a cultura, ou seja, segundo Gilberto Freire:
A soma de atividades, de estilos de vida, de materiais elaborados por um grupo humano, inclui invenções, instrumentos, todo o equipamento mental do grupo, inclui ainda fatores imateriais como a língua, a arte e a religião.

Freire quis nos mostrar o tamanho das dimensões da História, principalmente pela quantidade de temas que cercam o termo cultura e que podemos descobrir pela leitura. Já Maria Beatriz Nizza da Silva, diz que os homens são seres curiosos e que o prazer em ler História deve ser estimulado como a busca do desconhecido, ela também enfatiza que, a “elegância de ler História” está no fato do leitor se identificar com a leitura a ponto de descobrir a sua própria História.


1.2-INDÚSTRIA CULTURAL

O interesse pela leitura da História não só como matéria didática, mas, como algo amplo que proporciona conhecimento e melhores condições de vida, deve começar cedo a ser estimulada, para acabar com o “preconceito” de que História é matéria decorativa. Além disso, a alienação dos alunos e das pessoas em geral, influenciadas pelos meios de comunicações, que constroem a chamada “indústria cultural”, onde Sebastião Rocha classifica: “ela é condicionada pelo modismo e necessidades imediatas de consumo impostas por esses veículos”. A cultura capitalista está dominando o mundo, a contemporaneidade trouxe consigo uma dinâmica de pensamento no qual o passado é visto com desprezo, principalmente entre os jovens onde há uma verdadeira obsessão pelo “moderno”. Cláudio Vicentino diz que “tudo aquilo que é passado é visto ultrapassado”, ele dá exemplo do tratamento que se dá ao idoso, o pouco caso com edifícios antigos que, não sendo restaurados, caem aos pedaços. Neste ponto Vicentino enfatiza o desinteresse pela memória nacional e, consequentemente, o descaso com a História.
Por essas razões, consideramos que a História hoje em dia está fora da mídia e da moda, nossa tentativa e de colocar a História na moda e, consequentemente, despertar em todos o interesse pela História e sua importância no cotidiano humano, pois, só ela terá o poder de despertar a curiosidade de todos. Sua leitura é indispensável a quem deseja ultrapassar os aspectos didáticos de uma disciplina em que todos deviam está interessado.
Julgando relevante à problemática da leitura para o aprendizado e desenvolvimento intelectual, sua importância para contribuição do ensino da História, sente a necessidade de defender este estudo identificando problemas e propondo soluções para saná-los, através de pesquisas e ações para conduzir um acompanhamento que complemente eficientemente a tentativa de introduzir a leitura em alunos do ensino fundamental, para tentar despertar uma relação de conhecimento, despertando novos caminhos de discursão e buscando soluções criativas, contemplando puramente o intelectual e as emoções.


1.3-AS RESPONSABILIDADES DA INTRODUÇÃO DA LEITURA

Enobrecer conhecimentos críticos para fugir de situações em que não reconhecemos nossa própria ignorância, temos a reflexão como atividade humana indispensável. “A complexidade crescente da vida na sociedade atual veio trazer profundas modificações no que se refere as responsabilidades da escola fundamental na educação do aluno” como diz Alayde Madeira Marcozzi, por isso, deve-se conduzir os alunos ao desenvolvimento da leitura fazendo com que se interessem em participar de atividades educativas de desenvolvimento e habilidades de leitura, introduzindo inicialmente um “manejo de leitura” conduzindo os alunos no sentido de alcançar os objetivos da leitura.
Para que isso aconteça, precisamos levar os alunos a identificarem seus propósitos realizados em atividades de classe, promover atividades que tragam satisfação dos propósitos estabelecidos, e criar em sala de aula um clima de cordialidade, cooperação e confiança. Entre todos os autores que lemos, há pelo menos uma coisa em comum entre ele, todos pensam que a leitura em História só será valida se conseguir estimular entre os leitores algum debate sobre os problemas atuais, no sentido de trazer maior participação política e de diminuir as escandalosas desigualdades do país.
Tendo isso em vista, estamos investigando os fatores condicionadores da leitura, pois, a leitura é um estudo globalizado das disciplinas, principalmente em História, levando em conta sua legitimidade, sua forma de conhecer e comparar diferentes povos, culturas e religiões, localizando-os no seu tempo e no seu espaço.


2- O ENSINO DE HISTÓRIA

A importância de se tomar a experiência do aluno como ponto de partida para o trabalho com o ensino de História, justifica-se, principalmente em razão do ponto de vista das correntes historiográficas contemporâneas onde há um consenso de que a História é feita por todos os homens e precisa ser recuperada em sua multiplicidade e multilinearidade. Compreendendo do ponto de vista didático-pedagógico de que uma aprendizagem relevante por parte do aluno pressupõe o trabalho com o conhecimento de que o conteúdo tem de ser trabalhado a partir da cultura do próprio e que há necessidades de se criar na sala de aula um espaço de conhecimento compartilhado. De modo geral o ensino conservador de História vem provocando o desinteresse por parte dos jovens alunos, quando lhe são apresentados um amontoado de fatos históricos destinados apenas à memorização, sem que saibam para que e sem significado. Esse ensino exclui a possibilidade de compreensão da globalidade do real, dificultando o estabelecimento de relações entre a História estudada e a História vivida no presente.
A relação com o passado deverá ter como referência à inserção dos alunos no presente, são a partir dele que os eixos temáticos deverão ser abordados. Nesse sentido, o objetivo do conhecimento histórico é a contemporaneidade, isto é, o tempo do capitalismo, que deve ser abordado numa perspectiva problematizadora, fazendo uma articulação entre a História vivida pelos alunos e professores e o próprio tempo histórico da sociedade que é objetivo de estudo.
A renovação historiográfica repercute no estudo da História, na medida em que estudar História significa, sobretudo, fazer com que o aluno se veja como partícipe do processo histórico. Essa compreensão, de um lado, significa faze-lo entender que a História é resultado de um movimento dinâmico e processual da humanidade, de outro, fazê-lo compreender que ele também constrói e faz parte da História.


2.1-PLANEJAMENTO VISANDO A LEITURA

Para detectar os fatores condicionadores da leitura deve o professor, baseado em conhecimentos, planejar a orientação de seus alunos, considerando a idade em que as lições de leitura devem iniciar-se, o quanto de progresso se deve esperar e a natureza do material de leitura a empregar. Quando o aluno apresenta problemas de aprendizagem e de ajustamento, havendo suspeita de baixo nível mental, deverá o aluno ser encaminhado a exames psicológicos, se possível, adiar o ensino sistemático da leitura, dando oportunidade a um período preparatório mais longo e ajustar os programas às condições do aluno, proporcionando ensino mais individualizado, introduzindo gradualmente o desenvolvimento da leitura sempre em situações concretas.
Muitas vezes, o insucesso da aprendizagem decorre do fato de ordem cronológica, o seu desenvolvimento mental não corresponde a sua idade. Não apresenta, assim, condições para ser iniciada nas técnicas fundamentais de leitura. O aluno deve ser encorajado a participar de trabalhos compatíveis com suas possibilidades, graduarem as atividades que possam realizar. Para ajustar-se socialmente é preciso cuidado constante especialmente nas atividades realizadas em grupo, aproveitando todas as oportunidades que levam o aluno a adquirir as habilidades necessárias para conviver com outros em boas relações.
O desenvolvimento da sua linguagem oral vai depender do seu nível mental, das experiências que viveram, do equilíbrio emocional e das condições físicas que apresentam. Como habilidades o aluno deverá perceber semelhanças e diferenças através da audição para ser capaz de identificar as palavras e analisá-las em seus elementos fonéticos, associando os sons aos símbolos impressos.


2.2-A REESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

A condução do processo de ensino-aprendizagem na sala de aula se dá para transformação dos ideais da realidade, permitindo que todos os espaços realizados na área administrativa pedagógica, de apoio ao aluno, de gestão, de relações com os pais e com a comunidade, tenham unidade e sejam coerentes com o objetivo de obter um bom desempenho. Nossas práticas devem contribuir com a reestruturação da escola pública, possibilitando a análise e revisão de seus princípios básicos, bem como a conquista de sua autonomia; acesso e permanência do aluno na escola, promover o ensino-aprendizagem de qualidade e um melhor funcionamento da escola com metas prioritárias e o fortalecimento da participação das famílias na vida escolar, apoio a biblioteca no sentido de torná-la um espaço de multileitura, estímulo e inclusão de temas transversais, como: AIDS, drogas, sexualidade, ética, etc.
Implementando o uso da mídia educativa, estimulando ao intercâmbio entre escolas municipais, estaduais e particulares, e, com o auxílio dos recursos didáticos (filmes, livros, revistas, etc.) corretos para cada prática pedagógica, adjetive desenvolver um ambiente escolar inovador (tradicional e não conservador), com metodologias que propicie um trabalho de resgate com o aluno da sua própria realidade, considerando o meio cultural, os valores populares, a língua e a nossa música, adotando uma pedagogia voltada para os valores populares existentes na vida entre alunos, família, escola e sociedade.
O objetivo de ensinar melhor é melhorar o processo de ensino-aprendizagem, desenvolver um ambiente escolar inovador, participativo e criativo, fortalecendo a integração escola-comunidade, garantindo uma equipe de excelência para o desempenho das funções escolares e condições de funcionamento das instalações físicas da escola, garantindo a continuidade escolar do aluno do nível fundamental ao médio, sempre visando o desenvolvimento de suas habilidades, principalmente a que diz respeito a leitura.


3-FATORES CONDICIONADORES DA LEITURA.


Durante a investigação foi observado que na maioria dos alunos os livros que já leram foram didáticos, com pouca leitura de para didáticos.
Identificamos que os alunos não acham ou não são motivados o necessário para desenvolver o ato da leitura com prazer, para poder se inteirar dos fatos históricos passados e do presente, a maioria só ler quando é cobrado pelo professor, e ainda não tem maturidade suficiente para sozinhos discutir ou criticar os acontecimentos históricos, se são positivos ou negativos para a sua formação como cidadão.
Percebemos que alguns alunos percebem outros não a diferença e semelhanças de formas, desenhos, objetos, animais, cenas e esquemas visuais das palavras, traduzindo um problema de metodologia na leitura, uma falta de conhecimentos que busca desenvolver a consciência humana, estabelecendo relações entre identidade individual e coletiva, relacionando o particular e o geral, não construindo as noções de diferenças e semelhanças, de continuidade e permanência de aprendizagem.
Em relação ao desenvolvimento da leitura percebemos uma realidade longe da utilidade visível, a disciplina torna-se um assunto chato, consideramos isso como um conhecimento insuficiente do vocabulário. Uma grande dificuldade facilmente detectada foi o ajuste social ao grupo, apesar de estarem em uma mesma estrutura não existe grupo solidário constante levando o aluno a sentir dificuldades em relacionar-se com determinados fatos da vida cotidiana. O estímulo à leitura é imprescindível, pois, ela é o melhor caminho para o desenvolvimento da inteligência e do raciocínio lógico, que por sua vez leva ao interesse pela História, com criticidade e maturidade para dominar e conduzir a verdade histórica.


3.1-FATORES FÍSICOS, INTELECTUAIS E EMOCIONAIS.

Ler é um processo complexo, que depende de fatores interiores e exteriores do leitor. A idade mental exerce grande influência na aprendizagem da leitura, ela é um fator importante na determinação de sua capacidade de reconhecimento e de compreensão das palavras escritas ou faladas. A maioria dos alunos apresenta um determinado nível mental que lhe possibilita a aprendizagem sistemática da leitura.
A boa saúde é condição estreitamente ligada ao êxito em aprender a ler e a escrever. Um aluno desnutrido, doente, não pode apresentar o mesmo rendimento nos estudos que um aluno sadio. Entre os fatores físicos que mais afetam o rendimento da leitura, destaca-se a visão e a audição. O bom funcionamento do aparelho de fonação e do sistema neuromuscular, é também, decisivo nessa aprendizagem.
O controle emocional interfere na capacidade de aprender, alunos que sente segurança no lar e na escola têm mais probabilidade de ser bem sucedidos na leitura e nos trabalhos escolares. Os fatores sociais estão intimamente ligados aos emocionais, tendo grande influência nas possibilidades de aprendizagem do aluno. Os que sabem tratar bem os colegas, trabalhar em conjunto e que já apresentam algumas iniciativas na solução de problemas tem maiores possibilidades de êxito em suas experiências de leitura.


3.2-DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL.

O aluno não traz para a sala de aula um bom desenvolvimento de leitura, uma relativa fluência de linguagem, mas pouca riqueza de vocabulário, compreensão do significado e boa articulação das palavras, para que no período de desenvolvimento da leitura compreenda bem os símbolos escritos e as idéias que eles sugerem. Os conhecimentos que eles apresentam, variam muito e dependem da vivência trazida de seu meio. Quanto mais rica e variada forem às experiências proporcionadas pelo meio, maiores as possibilidades de ampliar seu conteúdo mental, formando conceitos e enriquecendo a linguagem oral indispensável ao seu desenvolvimento.
Em suas experiências os alunos não percebem, não identificam e não retém os símbolos usados na escrita. A leitura exige, pois, certo nível de maturidade dos órgãos da visão, determinados hábitos específicos de olhar. A capacidade de percepção e discriminação visual representa um potencial que chega a maturidade em ritmos diferentes dos alunos investigados. São os que levam o aluno a maior percepção e compreensão do material com que vai lidar durante a realização da leitura. A capacidade de atenção do aluno é muito reduzida, com facilidade ele desvia de uma atividade para outra, em prejuízo da leitura sistemática.
Quando um aluno compreende o que é leitura, sente sua utilidade, manifesta prazer em manusear livros e demonstra curiosidade pelo que acha nele escrito, pode-se dizer que está motivado pela leitura. Por isso, deve o professor introduzir a leitura em sala de aula, equipar a sala com material que desperte o interesse pela leitura e desenvolver com os alunos atividades que os levem a desejar aprender a ler. As dificuldades serão alcançadas se as atividades forem ricas e variadas, combinando-se vários processos e utilizando-se diferentes tipos de material. Não mais se pode admitir o uso de livro único numa classe. Os alunos deverão utilizar-se de livros diversos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, álbuns, cartazes, textos, etc. em suas atividades de leitura oral ou silenciosa para estudo ou recreação.


3.3-COMPROMETIMENTO COM A HISTÓRIA.

Para qualquer leitor dotado de espírito crítico e para maior parte dos profissionais, um livro de História surge com aspecto diferente daquilo que pode ser, por baixo da superfície tranqüilizadora da narrativa, o leitor, a partir daquilo que o historiador fala, da importância que parece conceder a fatos históricos, sabe inferir a natureza das fontes utilizadas, assim como suas lacunas, essa reconstituição acaba por se tornar um verdadeiro reflexo. O leitor advinha o lugar das lacunas mal preenchidas, não ignora que o número de páginas concedidas pelo autor aos diferentes momentos e aos diversos aspectos do passado é uma média entre a importância que estes aspectos têm a seus olhos e a abundância de documentação, sabe que os povos denominados sem História são simplesmente povos cuja História se ignora e que os nativos têm uma História como todo mundo. Sabe-se sobretudo que, de uma página para outra , o historiador muda de tempo sem prevenir, conforme o tempo das fontes, como diz ip.v. Maria Beatriz Nizza da Silva, “ o historiador pode demorar-se dez páginas sobre um só dia e sobrevoar dez anos em duas linhas”. O leitor confiará nele, como um bom romancista, e julgará que esses dez anos são vazios de eventos. Imbuídos do espírito de mudanças o leitor deverá veicular um sentimento de redescobrir tudo quanto a História da transformação, da problemática de mudança, para reconquistar em nível superior a riqueza que uma História demasiado simples da inércia correria o risco de perder-se.
É importante estimular o interesse pela História que deve está presente em qualquer atividade que praticamos sem ele nada do que fizermos dará certo. Em História o interesse deve ser despertado desde cedo, através das “historinhas” que é uma forma de despertar a curiosidade dos pequenos estimulando a leitura em História, já para os adolescentes, o professor deve levar em conta temas da atualidade, compreender o presente pelo passado, mexendo com curiosidade dos jovens e despertando-os para a leitura em História, o professor deve passar para o aluno segurança e confiança.
O reconhecimento dos métodos históricos é de relevante importância para identificar a veracidade dos fatos históricos. As informações históricas foram descritas muitas vezes, dizem-nos que o historiador não pode observar os fatos que estudou. Nenhum egiptólogo viu Ramés, nenhum especialista em guerras napoleônicas ouviu o canhão de Austerlitz, das épocas que nos precedem, só poderemos falar a partir de testemunhas. Há um contraste entre o reconhecimento do presente e do passado, mas, ninguém pode negar que haja alguma verdade nestas observações. A observação, a experiência e análise histórica, devem ser definidas para que haja uma elaboração da nossa criticidade e uma independência dos nossos argumentos.
A leitura em História é importante para compreender o presente em relação ao passado e não só compreender, mas transformar o presente. Em um pequeno intervalo de tempo à humanidade sofreu uma rápida e total transformação, nenhuma instituição antiga, nenhuma conduta tradicional teriam escapado às revoluções do laboratório ou da fábrica. Pela leitura e análise da História, guerras poderiam ser evitadas como, por exemplo, a questão dos palestinos e israelenses, explorações, assassinatos, ou seja, o mundo com racionalidade seria bem melhor.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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