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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

FAORES CONDICIONADORES DA LEITURA EM HISTÓRIA



Cotidianamente, somos levados a enfrentar novos e variados desafios para ter algum sucesso em demonstrar a importância da leitura no trabalho de ensinar e aprender História, lidando com o crescente despreparo teórico dos alunos, a atuação da mídia (que magnífica o presente a despeito do passado e do futuro), além da quantidade insuficiente de aulas que se dispõe. Apesar disso, temos a obrigação de, através da leitura de História, promover a conscientização no sentido de combater a barbárie, que no Brasil e no mundo vislumbram como um panorama francamente possível nas últimas décadas. Perante essa situação, devemos definir algumas prioridades: a primeira delas, conseguir atrair o interesse do aluno pela leitura, quebrando a apatia e preconceitos. Tendo sucesso, abrem-se diversos caminhos para um desenvolvimento de uma História crítica, analítica e em sintonia não só com o presente, mas com o universo do aluno.
Palavras chaves: Leitura, História, Fatores, Condição.


INTRODUÇÃO


Certamente, você já se perguntou: Por que professo esta religião? Já procurou saber: Por que os ocidentais são tão diferentes dos orientais? Essas indagações podem ser respondidas através da leitura sobre História. A necessidade de encontrarmos nossas identidades: o que somos? De onde somos? Por que agimos assim? Sempre nos despertou um interesse de investigar o passado, que para muitos ainda é desconhecido. Conhecer os diferentes tipos de cultura, a herança dos gregos e latinos, nossos primeiros mestres e que eram povos historiográficos. Os sistemas religiosos e suas influências no contexto mundial, o que muda e o que continua: principalmente o cristianismo que é uma religião de historiadores, pois, os cristãos tiveram por livros sagrados, livros de História, sua liturgia comemora os episódios da vida terrestre de um Deus, os fatos da igreja e dos santos e suas influências. Desta maneira, dificilmente se encontrará alguém que não tenha se interessado ou até mesmo se fascinado pela História, não pelo aspecto misterioso de desvendar “coisas” desconhecidas, mas sim, pelo fato de investigar e encontrar nossas raízes e identidades. Pensando na leitura como uma ferramenta que possa servir ao leitor para estimular o debate social sobre assuntos do passado associados à contemporaneidade. Esperamos sinceramente contar com as observações críticas dos colegas e de nosso orientador, para que possa nascer sugestões para o aprimoramento deste projeto.


1-BENEFÍCIOS DA LEITURA

Partindo de uma visão cotidiana de que “lemos pouco” prejudicando o aprendizado na disciplina de História, e identificado em alunos do ensino fundamental, defendemos a necessidade de investigar os fatores que condicionam o aprendizado e o desenvolvimento da leitura com os alunos da Escola Professor Jorge de Menezes, na cidade de Sertânia-PE.
A leitura é o principal instrumento para conhecer o idioma nacional e usá-lo com propriedade, hoje em dia não é só uma questão de educação. É uma verdadeira necessidade, que ultrapassa os limites da escola, para atingir a qualidade de cidadãos. Aquele que não ler encontra dificuldades em escrever, em falar, está despreparado na luta diária da conquista do seu bem-estar e da aceitação social. Não conseguem expressar seus pensamentos, suas opiniões são incompreendidas, suas reivindicações passam despercebidas, enfim, todo o seu processo de comunicação fica prejudicado, além de estar despreparado para a vida globalizada, como revela Jaime Pinsky:
No Brasil, diante do panorama atual, só uma educação de qualidade, que tenha o ser humano e suas realizações como eixo central pode nos fazer, como nação, dar um salto qualitativo a que tanto aspiramos, por meio da qualificação de nossos jovens. Um país cuja a população não sabe ler, que, quando sabe, ler pouco, e quando finalmente ler pouco entende, não tem muitas chances no mundo competitivo e exigente de qualificação de sua força de trabalho.
Além da ausência da ordenação lógica das idéias, o hábito de não ler acarreta a falta da noção precisa do significado das palavras, ou não encontra a palavra certa para traduzir o significado que tem em mente. Quando escreve, o desconhecimento da grafia, da acentuação, torna-se ridículas suas tentativas de comunicação escrita, processo esse que só melhora através da leitura. Levando em conta a redação em concursos vestibulares, o hábito de vai ajudar não só o vestibulando, mas qualquer estudante a escrever estruturadamente, registrando suas idéias com clareza e elegância.


1.1-A IMPORTÂNCIA DA LEITURA EM HISTÓRIA

A importância da leitura em História é de tamanha relevância, que até consagrados nomes da historiografia brasileira como Caio Prado Jr., faz esta pequena ressalva: “os livros contribuem de maneira decisiva para a compreensão em profundidade das grandes questões econômicas nacionais e internacionais”, apesar de sua visão marxista, o autor tenta passar que a leitura é o principal veículo de interpretação da História e que é indispensável para o entendimento das características estruturais de uma sociedade, dos dilemas que herdamos do passado e dos possíveis caminhos de sua superação.
Raramente também encontramos alguém que não tenha apelado ou ouvido apelar para as lições de História, lições estas de cidadania, ética, moral e de todas as esferas da vida, principalmente a cultura, ou seja, segundo Gilberto Freire:
A soma de atividades, de estilos de vida, de materiais elaborados por um grupo humano, inclui invenções, instrumentos, todo o equipamento mental do grupo, inclui ainda fatores imateriais como a língua, a arte e a religião.

Freire quis nos mostrar o tamanho das dimensões da História, principalmente pela quantidade de temas que cercam o termo cultura e que podemos descobrir pela leitura. Já Maria Beatriz Nizza da Silva, diz que os homens são seres curiosos e que o prazer em ler História deve ser estimulado como a busca do desconhecido, ela também enfatiza que, a “elegância de ler História” está no fato do leitor se identificar com a leitura a ponto de descobrir a sua própria História.


1.2-INDÚSTRIA CULTURAL

O interesse pela leitura da História não só como matéria didática, mas, como algo amplo que proporciona conhecimento e melhores condições de vida, deve começar cedo a ser estimulada, para acabar com o “preconceito” de que História é matéria decorativa. Além disso, a alienação dos alunos e das pessoas em geral, influenciadas pelos meios de comunicações, que constroem a chamada “indústria cultural”, onde Sebastião Rocha classifica: “ela é condicionada pelo modismo e necessidades imediatas de consumo impostas por esses veículos”. A cultura capitalista está dominando o mundo, a contemporaneidade trouxe consigo uma dinâmica de pensamento no qual o passado é visto com desprezo, principalmente entre os jovens onde há uma verdadeira obsessão pelo “moderno”. Cláudio Vicentino diz que “tudo aquilo que é passado é visto ultrapassado”, ele dá exemplo do tratamento que se dá ao idoso, o pouco caso com edifícios antigos que, não sendo restaurados, caem aos pedaços. Neste ponto Vicentino enfatiza o desinteresse pela memória nacional e, consequentemente, o descaso com a História.
Por essas razões, consideramos que a História hoje em dia está fora da mídia e da moda, nossa tentativa e de colocar a História na moda e, consequentemente, despertar em todos o interesse pela História e sua importância no cotidiano humano, pois, só ela terá o poder de despertar a curiosidade de todos. Sua leitura é indispensável a quem deseja ultrapassar os aspectos didáticos de uma disciplina em que todos deviam está interessado.
Julgando relevante à problemática da leitura para o aprendizado e desenvolvimento intelectual, sua importância para contribuição do ensino da História, sente a necessidade de defender este estudo identificando problemas e propondo soluções para saná-los, através de pesquisas e ações para conduzir um acompanhamento que complemente eficientemente a tentativa de introduzir a leitura em alunos do ensino fundamental, para tentar despertar uma relação de conhecimento, despertando novos caminhos de discursão e buscando soluções criativas, contemplando puramente o intelectual e as emoções.


1.3-AS RESPONSABILIDADES DA INTRODUÇÃO DA LEITURA

Enobrecer conhecimentos críticos para fugir de situações em que não reconhecemos nossa própria ignorância, temos a reflexão como atividade humana indispensável. “A complexidade crescente da vida na sociedade atual veio trazer profundas modificações no que se refere as responsabilidades da escola fundamental na educação do aluno” como diz Alayde Madeira Marcozzi, por isso, deve-se conduzir os alunos ao desenvolvimento da leitura fazendo com que se interessem em participar de atividades educativas de desenvolvimento e habilidades de leitura, introduzindo inicialmente um “manejo de leitura” conduzindo os alunos no sentido de alcançar os objetivos da leitura.
Para que isso aconteça, precisamos levar os alunos a identificarem seus propósitos realizados em atividades de classe, promover atividades que tragam satisfação dos propósitos estabelecidos, e criar em sala de aula um clima de cordialidade, cooperação e confiança. Entre todos os autores que lemos, há pelo menos uma coisa em comum entre ele, todos pensam que a leitura em História só será valida se conseguir estimular entre os leitores algum debate sobre os problemas atuais, no sentido de trazer maior participação política e de diminuir as escandalosas desigualdades do país.
Tendo isso em vista, estamos investigando os fatores condicionadores da leitura, pois, a leitura é um estudo globalizado das disciplinas, principalmente em História, levando em conta sua legitimidade, sua forma de conhecer e comparar diferentes povos, culturas e religiões, localizando-os no seu tempo e no seu espaço.


2- O ENSINO DE HISTÓRIA

A importância de se tomar a experiência do aluno como ponto de partida para o trabalho com o ensino de História, justifica-se, principalmente em razão do ponto de vista das correntes historiográficas contemporâneas onde há um consenso de que a História é feita por todos os homens e precisa ser recuperada em sua multiplicidade e multilinearidade. Compreendendo do ponto de vista didático-pedagógico de que uma aprendizagem relevante por parte do aluno pressupõe o trabalho com o conhecimento de que o conteúdo tem de ser trabalhado a partir da cultura do próprio e que há necessidades de se criar na sala de aula um espaço de conhecimento compartilhado. De modo geral o ensino conservador de História vem provocando o desinteresse por parte dos jovens alunos, quando lhe são apresentados um amontoado de fatos históricos destinados apenas à memorização, sem que saibam para que e sem significado. Esse ensino exclui a possibilidade de compreensão da globalidade do real, dificultando o estabelecimento de relações entre a História estudada e a História vivida no presente.
A relação com o passado deverá ter como referência à inserção dos alunos no presente, são a partir dele que os eixos temáticos deverão ser abordados. Nesse sentido, o objetivo do conhecimento histórico é a contemporaneidade, isto é, o tempo do capitalismo, que deve ser abordado numa perspectiva problematizadora, fazendo uma articulação entre a História vivida pelos alunos e professores e o próprio tempo histórico da sociedade que é objetivo de estudo.
A renovação historiográfica repercute no estudo da História, na medida em que estudar História significa, sobretudo, fazer com que o aluno se veja como partícipe do processo histórico. Essa compreensão, de um lado, significa faze-lo entender que a História é resultado de um movimento dinâmico e processual da humanidade, de outro, fazê-lo compreender que ele também constrói e faz parte da História.


2.1-PLANEJAMENTO VISANDO A LEITURA

Para detectar os fatores condicionadores da leitura deve o professor, baseado em conhecimentos, planejar a orientação de seus alunos, considerando a idade em que as lições de leitura devem iniciar-se, o quanto de progresso se deve esperar e a natureza do material de leitura a empregar. Quando o aluno apresenta problemas de aprendizagem e de ajustamento, havendo suspeita de baixo nível mental, deverá o aluno ser encaminhado a exames psicológicos, se possível, adiar o ensino sistemático da leitura, dando oportunidade a um período preparatório mais longo e ajustar os programas às condições do aluno, proporcionando ensino mais individualizado, introduzindo gradualmente o desenvolvimento da leitura sempre em situações concretas.
Muitas vezes, o insucesso da aprendizagem decorre do fato de ordem cronológica, o seu desenvolvimento mental não corresponde a sua idade. Não apresenta, assim, condições para ser iniciada nas técnicas fundamentais de leitura. O aluno deve ser encorajado a participar de trabalhos compatíveis com suas possibilidades, graduarem as atividades que possam realizar. Para ajustar-se socialmente é preciso cuidado constante especialmente nas atividades realizadas em grupo, aproveitando todas as oportunidades que levam o aluno a adquirir as habilidades necessárias para conviver com outros em boas relações.
O desenvolvimento da sua linguagem oral vai depender do seu nível mental, das experiências que viveram, do equilíbrio emocional e das condições físicas que apresentam. Como habilidades o aluno deverá perceber semelhanças e diferenças através da audição para ser capaz de identificar as palavras e analisá-las em seus elementos fonéticos, associando os sons aos símbolos impressos.


2.2-A REESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

A condução do processo de ensino-aprendizagem na sala de aula se dá para transformação dos ideais da realidade, permitindo que todos os espaços realizados na área administrativa pedagógica, de apoio ao aluno, de gestão, de relações com os pais e com a comunidade, tenham unidade e sejam coerentes com o objetivo de obter um bom desempenho. Nossas práticas devem contribuir com a reestruturação da escola pública, possibilitando a análise e revisão de seus princípios básicos, bem como a conquista de sua autonomia; acesso e permanência do aluno na escola, promover o ensino-aprendizagem de qualidade e um melhor funcionamento da escola com metas prioritárias e o fortalecimento da participação das famílias na vida escolar, apoio a biblioteca no sentido de torná-la um espaço de multileitura, estímulo e inclusão de temas transversais, como: AIDS, drogas, sexualidade, ética, etc.
Implementando o uso da mídia educativa, estimulando ao intercâmbio entre escolas municipais, estaduais e particulares, e, com o auxílio dos recursos didáticos (filmes, livros, revistas, etc.) corretos para cada prática pedagógica, adjetive desenvolver um ambiente escolar inovador (tradicional e não conservador), com metodologias que propicie um trabalho de resgate com o aluno da sua própria realidade, considerando o meio cultural, os valores populares, a língua e a nossa música, adotando uma pedagogia voltada para os valores populares existentes na vida entre alunos, família, escola e sociedade.
O objetivo de ensinar melhor é melhorar o processo de ensino-aprendizagem, desenvolver um ambiente escolar inovador, participativo e criativo, fortalecendo a integração escola-comunidade, garantindo uma equipe de excelência para o desempenho das funções escolares e condições de funcionamento das instalações físicas da escola, garantindo a continuidade escolar do aluno do nível fundamental ao médio, sempre visando o desenvolvimento de suas habilidades, principalmente a que diz respeito a leitura.


3-FATORES CONDICIONADORES DA LEITURA.


Durante a investigação foi observado que na maioria dos alunos os livros que já leram foram didáticos, com pouca leitura de para didáticos.
Identificamos que os alunos não acham ou não são motivados o necessário para desenvolver o ato da leitura com prazer, para poder se inteirar dos fatos históricos passados e do presente, a maioria só ler quando é cobrado pelo professor, e ainda não tem maturidade suficiente para sozinhos discutir ou criticar os acontecimentos históricos, se são positivos ou negativos para a sua formação como cidadão.
Percebemos que alguns alunos percebem outros não a diferença e semelhanças de formas, desenhos, objetos, animais, cenas e esquemas visuais das palavras, traduzindo um problema de metodologia na leitura, uma falta de conhecimentos que busca desenvolver a consciência humana, estabelecendo relações entre identidade individual e coletiva, relacionando o particular e o geral, não construindo as noções de diferenças e semelhanças, de continuidade e permanência de aprendizagem.
Em relação ao desenvolvimento da leitura percebemos uma realidade longe da utilidade visível, a disciplina torna-se um assunto chato, consideramos isso como um conhecimento insuficiente do vocabulário. Uma grande dificuldade facilmente detectada foi o ajuste social ao grupo, apesar de estarem em uma mesma estrutura não existe grupo solidário constante levando o aluno a sentir dificuldades em relacionar-se com determinados fatos da vida cotidiana. O estímulo à leitura é imprescindível, pois, ela é o melhor caminho para o desenvolvimento da inteligência e do raciocínio lógico, que por sua vez leva ao interesse pela História, com criticidade e maturidade para dominar e conduzir a verdade histórica.


3.1-FATORES FÍSICOS, INTELECTUAIS E EMOCIONAIS.

Ler é um processo complexo, que depende de fatores interiores e exteriores do leitor. A idade mental exerce grande influência na aprendizagem da leitura, ela é um fator importante na determinação de sua capacidade de reconhecimento e de compreensão das palavras escritas ou faladas. A maioria dos alunos apresenta um determinado nível mental que lhe possibilita a aprendizagem sistemática da leitura.
A boa saúde é condição estreitamente ligada ao êxito em aprender a ler e a escrever. Um aluno desnutrido, doente, não pode apresentar o mesmo rendimento nos estudos que um aluno sadio. Entre os fatores físicos que mais afetam o rendimento da leitura, destaca-se a visão e a audição. O bom funcionamento do aparelho de fonação e do sistema neuromuscular, é também, decisivo nessa aprendizagem.
O controle emocional interfere na capacidade de aprender, alunos que sente segurança no lar e na escola têm mais probabilidade de ser bem sucedidos na leitura e nos trabalhos escolares. Os fatores sociais estão intimamente ligados aos emocionais, tendo grande influência nas possibilidades de aprendizagem do aluno. Os que sabem tratar bem os colegas, trabalhar em conjunto e que já apresentam algumas iniciativas na solução de problemas tem maiores possibilidades de êxito em suas experiências de leitura.


3.2-DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL.

O aluno não traz para a sala de aula um bom desenvolvimento de leitura, uma relativa fluência de linguagem, mas pouca riqueza de vocabulário, compreensão do significado e boa articulação das palavras, para que no período de desenvolvimento da leitura compreenda bem os símbolos escritos e as idéias que eles sugerem. Os conhecimentos que eles apresentam, variam muito e dependem da vivência trazida de seu meio. Quanto mais rica e variada forem às experiências proporcionadas pelo meio, maiores as possibilidades de ampliar seu conteúdo mental, formando conceitos e enriquecendo a linguagem oral indispensável ao seu desenvolvimento.
Em suas experiências os alunos não percebem, não identificam e não retém os símbolos usados na escrita. A leitura exige, pois, certo nível de maturidade dos órgãos da visão, determinados hábitos específicos de olhar. A capacidade de percepção e discriminação visual representa um potencial que chega a maturidade em ritmos diferentes dos alunos investigados. São os que levam o aluno a maior percepção e compreensão do material com que vai lidar durante a realização da leitura. A capacidade de atenção do aluno é muito reduzida, com facilidade ele desvia de uma atividade para outra, em prejuízo da leitura sistemática.
Quando um aluno compreende o que é leitura, sente sua utilidade, manifesta prazer em manusear livros e demonstra curiosidade pelo que acha nele escrito, pode-se dizer que está motivado pela leitura. Por isso, deve o professor introduzir a leitura em sala de aula, equipar a sala com material que desperte o interesse pela leitura e desenvolver com os alunos atividades que os levem a desejar aprender a ler. As dificuldades serão alcançadas se as atividades forem ricas e variadas, combinando-se vários processos e utilizando-se diferentes tipos de material. Não mais se pode admitir o uso de livro único numa classe. Os alunos deverão utilizar-se de livros diversos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, álbuns, cartazes, textos, etc. em suas atividades de leitura oral ou silenciosa para estudo ou recreação.


3.3-COMPROMETIMENTO COM A HISTÓRIA.

Para qualquer leitor dotado de espírito crítico e para maior parte dos profissionais, um livro de História surge com aspecto diferente daquilo que pode ser, por baixo da superfície tranqüilizadora da narrativa, o leitor, a partir daquilo que o historiador fala, da importância que parece conceder a fatos históricos, sabe inferir a natureza das fontes utilizadas, assim como suas lacunas, essa reconstituição acaba por se tornar um verdadeiro reflexo. O leitor advinha o lugar das lacunas mal preenchidas, não ignora que o número de páginas concedidas pelo autor aos diferentes momentos e aos diversos aspectos do passado é uma média entre a importância que estes aspectos têm a seus olhos e a abundância de documentação, sabe que os povos denominados sem História são simplesmente povos cuja História se ignora e que os nativos têm uma História como todo mundo. Sabe-se sobretudo que, de uma página para outra , o historiador muda de tempo sem prevenir, conforme o tempo das fontes, como diz ip.v. Maria Beatriz Nizza da Silva, “ o historiador pode demorar-se dez páginas sobre um só dia e sobrevoar dez anos em duas linhas”. O leitor confiará nele, como um bom romancista, e julgará que esses dez anos são vazios de eventos. Imbuídos do espírito de mudanças o leitor deverá veicular um sentimento de redescobrir tudo quanto a História da transformação, da problemática de mudança, para reconquistar em nível superior a riqueza que uma História demasiado simples da inércia correria o risco de perder-se.
É importante estimular o interesse pela História que deve está presente em qualquer atividade que praticamos sem ele nada do que fizermos dará certo. Em História o interesse deve ser despertado desde cedo, através das “historinhas” que é uma forma de despertar a curiosidade dos pequenos estimulando a leitura em História, já para os adolescentes, o professor deve levar em conta temas da atualidade, compreender o presente pelo passado, mexendo com curiosidade dos jovens e despertando-os para a leitura em História, o professor deve passar para o aluno segurança e confiança.
O reconhecimento dos métodos históricos é de relevante importância para identificar a veracidade dos fatos históricos. As informações históricas foram descritas muitas vezes, dizem-nos que o historiador não pode observar os fatos que estudou. Nenhum egiptólogo viu Ramés, nenhum especialista em guerras napoleônicas ouviu o canhão de Austerlitz, das épocas que nos precedem, só poderemos falar a partir de testemunhas. Há um contraste entre o reconhecimento do presente e do passado, mas, ninguém pode negar que haja alguma verdade nestas observações. A observação, a experiência e análise histórica, devem ser definidas para que haja uma elaboração da nossa criticidade e uma independência dos nossos argumentos.
A leitura em História é importante para compreender o presente em relação ao passado e não só compreender, mas transformar o presente. Em um pequeno intervalo de tempo à humanidade sofreu uma rápida e total transformação, nenhuma instituição antiga, nenhuma conduta tradicional teriam escapado às revoluções do laboratório ou da fábrica. Pela leitura e análise da História, guerras poderiam ser evitadas como, por exemplo, a questão dos palestinos e israelenses, explorações, assassinatos, ou seja, o mundo com racionalidade seria bem melhor.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLOCH, Marc – Introdução à História, 3ª edição, Portugal: Publicações Europa-América, 1976.
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FREIRE, Gilberto – Problemas Brasileiros de Antropologia, 4ª edição, Brasília: Editora Brasiliense.
JÚNIOR, Caio Prado – História Econômica do Brasil, 41ª edição, Brasília: Editora Brasiliense.
KUENCZER, Drª. Akácia – Construindo uma Proposta para os que Trabalham, editora Cortez: 2001.
MARCOZZI, Alaíde Madeira – Ensinando à Criança, Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S.A.,1973.
PINSKY, Jaime - História na Sala de Aula, 2ª ed., editora Contexto, São Paulo, 2004.
ROCHA, Sebastião – Roteiro de Pesquisa Folclórica: Ciência e Amor Humano, Belo Horizonte: SENAC – ARMG, 1979.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da – Teoria da História, São Paulo: Cultix.
VICENTINO, Cláudio & GIANPAOLO, Dórico – História do Brasil, São Paulo: Scipione, 1997.

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